Quando um homem extremamente ousado e não menos competente, que além de um gênio do crime, também é um louco, planeja o crime mais estranho e inusitado da história policial americana, podemos estar diante da constatação mais óbvia: existe, sim, crime perfeito! E você, o que acha?
Se você fosse um cineasta, talvez se interessasse por contar essa história... e talvez por isso mesmo, você, como eu, não seja um cineasta!
Mas, Héctor Babenco, gênio que hoje descansa em paz, e que por aqui aproveitamos para prestar homenagem, quem sabe não concordasse com a minha lógica, já que toda história precisa de um fim, coisa que essa não tem.
Inicialmente, a única verdade é que é mesmo intrigante a história
do assim conhecido ladrão Dan Cooper. Segundo consta das frustradas investigações do FBI
americano, àquela época um homem já maduro, do alto de seus 45 anos, quem sabe, que vestido de forma a ser
confundido com algum magnata americano, se deslocou ao aeroporto de Portland, nos
Estados Unidos, e não se sabe até hoje por que cargas d'água, comprou uma passagem na véspera
do Dia de Ação de Graças de 1971, 24 de novembro, utilizando-se desse nome, planejando algo totalmente esquisito.
O
começo da história pode até confundir por ser bastante comum, por outro lado, o
desenrolar dela nos coloca em meio a um dos maiores mistérios não solucionados
da história criminal americana.
Em tempo, sabe-se
que Cooper pegou o voo 305 da Northwest Orient Airlines com destino a Seattle e
tomou assento ao fundo do avião. Havia outros trinta e seis passageiros e mais
seis tripulantes naquele Boeing 727. Alguns minutos se passaram, e Cooper pediu
uma dose de bourbon com soda, bebida refinada. Em seguida, passou a fumar
cigarros Raleigh, também caros e muito bem avaliados naquele tempo.
Fato é que até
aquele momento, nada chamaria mais atenção do que seu comportamento refinado,
todavia, minutos antes da decolagem, o bandido - até então cidadão acima de
qualquer suspeita - entregou um bilhete à aeromoça Florence Schaffner, uma
jovem atraente com 23 anos. Obviamente, por estar acostumada ao
comportamento dos homens ricos que viajavam nos impopulares Boeings daqueles
idos, e por ser uma menina jovem e naturalmente bela, Schaffner
pouco se importou com aquele papel, guardando-o no bolso, como costumeiramente
fazia, intencionada a jogá-lo fora na primeira oportunidade. Em seu depoimento
posterior à polícia, ela comentou que pensava se tratar apenas de uma proposta
sexual.
Evidentemente, a jovem comissária estaria enganada. Cooper ordenou-lhe logo em seguida que lesse
o recado, que dizia de forma objetiva que ali escondia uma bomba e que ela se
sentasse ao seu lado. A seguir, mostrou uma maleta com cabos diversos e pediu
US$ 200 mil em notas de US$ 20,00 e quatro paraquedas.
O
desenrolar dessa história é tão mais absurdo do que propriamente, criminoso. Os acontecimentos se seguiram com a aeromoça levando aquele bilhete ao piloto, e este, apavorado, viria a aterrisar em Seattle, local em que
Cooper permitiria que os demais passageiros desembarcassem junto com duas
aeromoças, com o objetivo de obter com mais facilidade aquilo que exigira, pelo
poder inteligente da barganha.
Era um sequestro bem incomum e com absurda possibilidade de insucesso.
Era um sequestro bem incomum e com absurda possibilidade de insucesso.
O
Boeing, após nova decolagem, agora somente com
os pilotos e uma aeromoça, tomou rumo à Cidade do México, assim ordenado pelo
ladrão. Eis que a um dado momento específico e a uma altura, posição e velocidade certas,
Cooper prendeu o dinheiro obtido ao corpo e ordenou que a
aeromoça fosse para a cabine dos pilotos, que o deixasse só.
Estava consumado.
Estava consumado.
O
que se sabe pelas investigações é que em algum lugar entre Seattle e Reno, no
Estado de Nevada, Cooper abriu a porta traseira do Boeing 727 e saltou de
paraquedas, a absurdos e improváveis três mil metros de altitude, à noite, numa queda livre extremamente arriscada, pelas montanhas do Estado de Washington. O
resultado dessa história é que nunca mais se soube do paradeiro daquele
lunático.
O que se sabe, porém, é que esse
crime absurdo é, sem qualquer sombra de dúvidas, o maior fiasco da história da
Polícia americana, que sequer conseguiu descobrir o nome real desse homem. Alguém
que comprou uma passagem com um epíteto falso de Dan Cooper e que, depois, passou
a ser apelidado pela imprensa pelas siglas D.B. Logicamente, algum tempo após o
FBI ter investigado sem sucesso um suspeito chamado D.B. Cooper, que evidentemente,
era inocente.
O
FBI entrevistou ao todo muito mais de mil suspeitos e nada se soube para além
do que é público. Consta do inquérito que a melhor pista veio a surgir quase 9
anos depois, quando em 1980 um menino encontrou um malote em decomposição
contendo US$ 5,8 mil em notas de US$ 20,00, com aqueles mesmos números de série
que coincidiam com os do saque feito para pagá-lo. E mesmo apesar de terem sido
encontrados também pedaços de paraquedas e uma gravata preta que se deduziu ter
sido usada por Cooper, naquela mesma região, nenhum indício concreto do
paradeiro do ladrão pode ser comprovado.
Obviamente,
essa investigação um dia teria fim. E ela se deu há algumas semanas, após 45
anos, quando o FBI decidiu jogar a toalha. O anúncio foi feito pelo agente
Frank Montoya, conforme apurado pela respeitadíssima agência Reuters: "Hoje, chegamos à conclusão de que está
na hora de encerrar o caso, porque não há nada novo".
Encerra-se
dessa forma o inquérito policial mais longo e mal sucedido da história antes
gloriosa do FBI. Montoya, no entanto, deixa em aberto possibilidades futuras,
mesmo sabendo que o crime já prescreveu e que o criminoso, talvez, muito provavelmente já tenha até
falecido: "Se surgir algum indício
novo, principalmente sobre o paraquedas ou o dinheiro, podemos reabrir o caso e
levar o culpado à Justiça".
Certo
é que D.B. Cooper, se sobreviveu... e se ainda vivo, dividirá muito as opiniões
sobre se foi ladrão, gênio ou louco.
O
que você acha!?
Eu gosto dos gênios! E quase todos são loucos!
Eu gosto dos gênios! E quase todos são loucos!



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