"Ser ou não ser, eis a questão" - William Shakespeare.
Sou quem sou... o meu reverso de mim...
Meu insaciável momento por não ser o
meu acordo tácito comigo mesmo, o prazer ermo do
esmo
O termo inassinável de mim para o que me
incompleta...
Sou aquele que sou e sou ele sem ser...
Sou complexo e simples por analogia de não ser
Uma nuvem nebulosa prestes a chover
Trovejando intempéries maculosas de substância
orgânica
Sou aquele inigualável, como digital, incopiável na
completude
Funesto resultado biológico de forças vitais,
Sou o ser ou não ser de Shakeaspeare ou o vir-a-ser de
Nietzsche
Formidável na estrutura inexplicável e
fantasmagórica...
Sou a alma e o tudo de mim... o tudo que me apranta
e me afugenta
O tudo que não cessa e não separa,
Mas que sendo tudo cheio é quase nada,
Mas que sendo nada é pleno de tudo que não detém...
Sou o fim de mim... o fim... a autobomba que me dá
cabo
A clara diversidade de doenças que nem sei,
E os vermes que me consomem a carne são como eu:
Vermes-de-mim e Vermes-de-eu, diferentes apenas na
obliquidade.
Sou antártico e marciano, espécie de ilha-planeta
social que não se define,
Espécie de problema que não tem solução, teoria do
absurdo...
Tese capital da minha vontade de ser multi que me
resume a mim
Termo de nada que me rege pelo vácuo da existência.
Sou multifacetado, multiplicado, multiplano e
multiantônimo.
Máquina da espécie programada em desprogramação...
Estou.
Estive sendo...
Não sou!
©Alexandre T. Ferreira.
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