Um simples pingo de suor que caia da sua bochecha
numa poça de esquina pode ser a poesia já pronta, quando o poeta é atento e a
rua se chama poesia.
O pingo caiu na água: paaahhhh!
O pingo, pingou num canto...
Choveu num microcosmo...
Choveu num micromar...
O pingo paaaahhhh!
Pingou de lá pra cá...
O pingo do pingar...
Micropingo pingado,
Mas molhou, está molhado,
pingo paaaahhhh!
O pingo fez multiondas sequenciais...
Eu vi uma cortiça surfar
E vi uma borboleta caolha
borboletando na rolha,
que perdeu força, paaahhhh!
O pingo som elíptico-onomatopaico,
pingo louco que se ergueu doutro pingo
que tornou a pingar pequenino...
Novas ondas mosaico-elípticas,
Som de nada no ar...
O pingo tonto de que altura está?
Era um único pingo reflexivo
que do meu rosto se fez pingar...
Chuva da minha inaquiescência
quando parei pra atravessar.
O pingo paaahhhh!
Chovi na rua da poesia:
Foi ela que me fez vaporizar,
fusão incompetente do meu ego-poeta,
poesia moderna pingar...
©Alexandre T. Ferreira.
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